Assisti Fortuna no último fim de semana, a nova peça
adulta da galera do Grupo Gattu, foi uma mistura de obra do Stephen King com
Star Wars e uma pitada de romance(a marca pessoal da Eloísa Vitz).
Um bordão que me fez viajar de volta ao começo de 2013,
quando assisti Frisante, pois Maria me lembra um pouco a Atéia(Que horror!),
tanto que por um bom tempo confundi a Eloísa com a personagem dela em Frisante.
A Mariana Fidelis interpretou mais uma vilã(Elizabeth), só
que ao contrário de Sofia de Amor, ela interpreta uma madame excessivamente
ambiciosa, mas também uma representação da Classe Média, como vocês verão a
seguir.
O nome Maria me leva ao filme do cinema mudo Metropolis de
1927, cujo o futuro da humanidade é tão distópico quanto o cenário apresentado
em Fortuna, no qual a ética é transformada em coisa do passado, e a peça dá uma
noção de como será se o "Anarcocapitalistas" prosperarem em suas
propostas.
E de como a Janete interpretada por Miriam Jardim, é uma
personagem com personalidade ambivalente, por ao mesmo tempo sofrer, mas também
faz sofrer, uma boa representação do que é a sociedade de hoje, e da vontade
que muita gente tem de ser uma espécie de divindade para moldar a vida as
próprias, e Janete também equivale a uma espécie de alegoria das Mascaras
Sociais.
Na hora que vi as pílulas de sexo, me deu um link com
Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, e o filme Fuga de Los Angeles.
Me lembrou o livro de Aldous Huxley, por conta do
artificialismo e do aumento da necessidade de objetos para se suprir as
necessidades humanas.
Me surgiu Fuga de Los Angeles na mente, pois a questão do
toque é tratada como tabu assim como no filme, com a diferença de que o sexo se
dá em realidade virtual no filme, e na peça por pílulas.
E me lembra os livros do Stephen King, porque Fortuna me levou
a uma realidade alternativa, mas ao mesmo tempo a uma época depois de uma
sucessão de governos Liberais e Ultra-Liberais, pois a trama se passa em 2120, e
de forma implícita mostra uma desigualdade social enorme.
Em uma das cenas Elizabeth(Mariana Fidelis) , ficou
totalmente na pindaíba depois de ter sido “pega” traindo Socrates(interpretado
Por Daniel Gonzales), e mostra como uma sociedade Ultra-Liberal pode ser péssima
para as mulheres, pois nesse futuro prevalece a Lei do Mais Forte e o
Darwinismo Social, tanto que Elisabeth nesse momento se torna uma representação
metafórica de pessoas da Classes Média , que se viram empobrecidas por medidas
Liberais defendidas por elas mesmas.
Numa das cenas Odair(Angelo Gatti) coloca Socrates contra a
parede para ele dizer a verdade para Maria, mas o patrão(Sócrates) ameaça
demitir o funcionário(Odair), que recua em sua busca da justiça e do equilíbrio,
e demonstra como as leis são criações
dos detentores do poder para botar medo na população, e um instrumento de outras
opressões e roubos ao povo.
E Cleusa (Laura Vidotto) é uma representação futurista da classe trabalhadora que no ano de 2120, continuará andando na corda bamba, caso os meios de censura que deputados conservadores e ultra-conservadores querem impor ao melhor meio de informação que temos hoje(a internet), infelizmente o conhecimento pode voltar a ser o privilégio de poucos.
Vou encerrar o texto por aqui, pelo fato de ter laços de
amizade com parte do elenco faz alguns anos, porque não quero ser o “Chato do
Spoiler”, captei mais alguns outros detalhes, que quem tiver um olhar “clinico”
e souber algo de política vai detectar facilmente.
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