quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Fortuna: Análise Além do Resumo


Assisti Fortuna no último fim de semana, a nova peça adulta da galera do Grupo Gattu, foi uma mistura de obra do Stephen King com Star Wars e uma pitada de romance(a marca pessoal da Eloísa Vitz).

Um bordão que me fez viajar de volta ao começo de 2013, quando assisti Frisante, pois Maria me lembra um pouco a Atéia(Que horror!), tanto que por um bom tempo confundi a Eloísa com a personagem dela em Frisante.

A Mariana Fidelis interpretou mais uma vilã(Elizabeth), só que ao contrário de Sofia de Amor, ela interpreta uma madame excessivamente ambiciosa, mas também uma representação da Classe Média, como vocês verão a seguir.

O nome Maria me leva ao filme do cinema mudo Metropolis de 1927, cujo o futuro da humanidade é tão distópico quanto o cenário apresentado em Fortuna, no qual a ética é transformada em coisa do passado, e a peça dá uma noção de como será se o "Anarcocapitalistas" prosperarem em suas propostas.

E de como a Janete interpretada por Miriam Jardim, é uma personagem com personalidade ambivalente, por ao mesmo tempo sofrer, mas também faz sofrer, uma boa representação do que é a sociedade de hoje, e da vontade que muita gente tem de ser uma espécie de divindade para moldar a vida as próprias, e Janete também equivale a uma espécie de alegoria das Mascaras Sociais.

Na hora que vi as pílulas de sexo, me deu um link com Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, e o filme Fuga de Los Angeles.

Me lembrou o livro de Aldous Huxley, por conta do artificialismo e do aumento da necessidade de objetos para se suprir as necessidades humanas.

Me surgiu Fuga de Los Angeles na mente, pois a questão do toque é tratada como tabu assim como no filme, com a diferença de que o sexo se dá em realidade virtual no filme, e na peça por pílulas.

E me lembra os livros do Stephen King, porque Fortuna me levou a uma realidade alternativa, mas ao mesmo tempo a uma época depois de uma sucessão de governos Liberais e Ultra-Liberais, pois a trama se passa em 2120, e de forma implícita mostra uma desigualdade social enorme.

Em uma das cenas Elizabeth(Mariana Fidelis) , ficou totalmente na pindaíba depois de ter sido “pega” traindo Socrates(interpretado Por Daniel Gonzales), e mostra como uma sociedade Ultra-Liberal pode ser péssima para as mulheres, pois nesse futuro prevalece a Lei do Mais Forte e o Darwinismo Social, tanto que Elisabeth nesse momento se torna uma representação metafórica de pessoas da Classes Média , que se viram empobrecidas por medidas Liberais defendidas por elas mesmas.

Numa das cenas Odair(Angelo Gatti) coloca Socrates contra a parede para ele dizer a verdade para Maria, mas o patrão(Sócrates) ameaça demitir o funcionário(Odair), que recua em sua busca da justiça e do equilíbrio, e demonstra como as leis  são criações dos detentores do poder para botar medo na população, e um instrumento de outras opressões e roubos ao povo.

E Cleusa (Laura Vidotto) é uma representação futurista da classe trabalhadora que no ano de 2120, continuará andando na corda bamba, caso os meios de censura que deputados conservadores e ultra-conservadores querem impor ao melhor meio de informação que temos hoje(a internet), infelizmente o conhecimento pode voltar a ser o privilégio de poucos.


Vou encerrar o texto por aqui, pelo fato de ter laços de amizade com parte do elenco faz alguns anos, porque não quero ser o “Chato do Spoiler”, captei mais alguns outros detalhes, que quem tiver um olhar “clinico” e souber algo de política vai detectar facilmente.

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