sábado, 23 de julho de 2016

De Frankenstein Ideológico a Anarquista: Minha História.



Hoje sou Anarquista, mas nem sempre fui  o que sou hoje, até o começo de 2012, eu seguia um Frankenstein Ideológico que eu mesmo montei  misturando Liberalismo, Militarismo, Estatismo e outras formas de pensamento, e meu passado me condena sim, pois em 2006 votei no Serra para Governador e no Cristovam Buarque para Presidente, esse é um exemplo de como eu não tinha uma ideologia fechada, naqueles tempos politicamente bizarros.

Por coincidência foi a época que estava na faculdade de Ciências Contábeis, e o meu maior disparate naquela época foi ter defendido o Livre-Mercado, sem saber o que era e sem os fundamentos aprendidos hoje em dia, e essa defesa foi no meio da aula de uma aula de Economia, e eu não tinha argumentos bons o suficiente naquela, época, só queria fazer oposição ao excesso de intervencionismo estatal, portanto até teve a possibilidade de eu ter virado um “Anarco-Capitalista” ou outro tipo de Ultra-Liberal, pois eu estava por cima, pelo fato de ter sido um dos alunos com as notas mais altas da classe e talvez do curso, e o meu ego, estava inflado, apesar de ter ficado desempregado até o começo do quinto semestre de faculdade, depois consegui um estagio no estado.

Nos tempos de estagiário, eu acreditava no Capitalismo e na Meritocracia, apesar dos inúmeros revezes nas entrevistas de estágio e emprego, e como estava confortável profissionalmente , nem dei muita importância, e como era estagiário no estado comecei a defender uma fusão de Estatismo e Liberalismo, ao mesmo tempo que eu defendia a privatização do serviço para acabar com a burocracia, e a implementação da Meritocracia na Administração Pública, e de outras coisas do setor privado, para aumentar a eficiência e outras ilusões plantadas na minha cabeça por esse sistema Neoliberal.

Naqueles tempos eu era impulsivo e consumista, o que me causou sérios problemas posteriores (uma pindaíba lazarenta acompanhada de uma depressão severa que quase me levou embora desse mundo, pois cheguei ao fundo do poço em Janeiro de 2011), no fim de fevereiro de 2011 tive uma surpresa fui convocado para a vaga de Auxiliar Administrativo da Fatec, e eu tinha feito o concurso em 2009, fui chamado depois de diversas desistências, pois tinha terminado em 53º Lugar e com uma pontuação meia boca, eu ainda era Liberal(e defensor do Capital!), fiquei feliz de ter saído da zona de exclusão e do desemprego, que estava me deixando num desalento danado.

Mas me tornei funcionário da Fatec num momento que estava acontecendo a articulação da Greve do pessoal por aumento salarial, e como eu era novo lá, não participei do movimento grevista, que estava pessimamente articulado, e o sindicato dos Funcionários da Fatec não tinha muita força naquela época, não sei como é hoje.

Preferi ficar trabalhando do que me arriscar, e mesmo assim sofri pressões em algumas ligações que recebi, e como trabalhava na secretaria, sabe como é, e recebi uma ligação que a mulher se dirigiu a mim num tom de ameaça.

A Imprensa distorceu tudo o que estava acontecendo naquele período de greve, apesar de não ter concordado com aquela greve por ter sido mal articulada, discordei muito mais com a cobertura parcial e mentirosa da Rede Globo, foi a partir dai que comecei a acordar para a realidade, e comecei a perceber que Governos Liberais podem ser corruptos também.

Naqueles mesmos tempos eu tinha aplaudido Tropa de Elite, que contava a história do famoso Capitão Nascimento, e olha que assisti o primeiro filme e a continuação, e tinha adorado por satisfazer a minha sede de vingança contra a impunidade, que fazia parte daquele Frankenstein Ideológico que era naqueles tempos, ou seja  é a parte militarizada do meu antigo ponto de vista bizarro.

Tudo começou a mudar mais ainda, quando compartilhei um artigo da Veja , e uma professora da época que eu fiz faculdade, me corrigiu falando sobre as distorções efetuadas pela velha mídia, e de como ei estava errado em meus pontos de vista, apesar de ela ser Petista, agradeço a ela por ter me ajudado a começar a abrir os olhos para as artimanhas neoliberais e conservadoras, e ela até me falou do Ocupa Sampa, que estava acontecendo debaixo do Viaduto do Chá, que já descrevi minhas visitas em artigos anteriores, e que me abriu ainda mais os olhos, mas que me deixou ideologicamente insatisfeito, mas estava a poucos da minha salvação intelectual e politica, pois tempos depois aconteceu algo que nunca imaginei que iria acontecer.

Meses depois de ter visitado o Ocupa Sampa curti a pagina Anarquistas Ensinam no Facebook, comecei a pesquisar sobre Anarquismo na Wikipédia de uma forma bem primária no primeiro semestre de 2012, e encontrei mais frases do que as que tinha encontrado na AE, e como comecei a dar Ctrl C+ Ctrl V naquelas frases, apesar de que o “Start” da minha jornada Anarquista foi uma frase do Proudhon que é a seguinte: “Aquele que botar a mão em mim para me governar, será um tirano e um usurpador. Eu o declaro o meu inimigo.”, aquelas palavras se encaixaram bem com momento que eu estava vivendo de luta contra a opressão dentro do meu ambiente familiar.

Mas as frases não me deixaram satisfeito por muito tempo, comecei a partir para os livros comecei com Individuo na Sociedade da Emma Goldman, depois comecei a ler Escritos Revolucionários do Errico Malatesta  num domingo de manhã.

Meses antes de ter começado a me tornar Pró-Anarquismo, eu o site de uma agremiação Ultra-Liberal que não vou revelar o nome para evitar processo, coloca um artigo falando um monte de absurdos, alguns que fazem qualquer pessoa com o mínimo de bom  senso, e como só aprendi a usar o print em 2012, perdi a chance de registrar cada absurdo dessa agremiação “Anarco-Capitalista”, foi por um artigo deles que me deixou indignado, mas que hoje ainda pode ser encontrado na Deep Web.
Depois de alguns meses, de alguns livros e de um “empurrãozinho” da Angela Gossow, a lendária vocalista do Archenemy (uma banda de Death Metal Melódico) , em setembro de 2012 me assumi Anarquista para o mundo, depois de ter relutado um pouco, senti que aquele foi um ato de auto libertação em si, lembro que foi no fim de setembro de 2012.

Comecei a me aprofundar na leitura de textos e livros anarquistas naquele período, apesar de que tive meu coração partido pela garota que eu tava gostando um mês depois, tirei forças para continuar a estudar o Anarquismo por conta própria, mesmo estando numa sofrência que deixou cicatrizes que doem até hoje, mas não vêm ao caso agora.


Inclusive os textos da Emma Goldman, do Piotr Kropotkin, e do Mikhail Bakunin foram de grande ajuda para cicatrizar a ferida daquele amor perdido, para me tornar um ser humano melhor, e na ampliação da minha visão sobre os fatos políticos e não-políticos da vida.

Li também obras de outros autores anarquistas como Noam Chomsky, Maria Lacerda de Moura, Henry David Thoreau, e outros libertários da história.

Eu estava quase me esquecendo que a primeira obra Anarquista que li na vida foi a Desobediência Cívil do Henry David Thoreau, que por uma obra do acaso encontrei numa prateleira de um Hipermercado, e acabei comprando, pois eu ainda estava no começo da minha Jornada Libertária.

Bom galerinha, assim acabou esse texto de como me tornei anarquista em 2012, por conta da revolta que tanto o Estado como o Capital me causam.

 

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